quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Oi, ami hastam yige Lawrence kokusai sinh vien!

Ola!!! Para mim eh com grande orgulho que informo a todos que jah estou na Lawrence University, escrevendo diretamente do Computer Lab -- porque ainda nao tenho um laptop. Bem que eu queria ter um, mas isso vai demorar um pouco.
Outra noite eu estava escrevendo o texto para esse blog, e como jah estava tarde - e meus olhos nem mais me obedeciam, fechando a cada segundo - acabei abandonando pela metade; agora, entao, 1:41pm em Appleton - WI (3:41pm em Recife - PE), comeco tudo outra vez. Primeiramente, entao, gostaria de me desculpar pela falta de acentuacao - o teclado aqui simplesmente nao me obedece.
Sei que muitas pessoas estao preocupadas comigo, ou no minimo curiosas para saber como eh a vida por aqui. Recebi varios e-mails com pedidos de "Por favor, coloca fotos!!! Queremos ver como voce esta!!!", e vou me desculpando desde jah. Em breve publicarei fotos das minhas aventuras como Lawrentian, as quais voces poderao ver no meu Orkut. Mas, no todo, peco que nao se preocupem -- estou bem, e feliz, e a Lawrence eh tudo (e um pouco mais) o que eu esperava. Logico que tenho saudades de Recife, da minha mae, e de todos por ai; mas sempre estar ocupada mantem a minha mente saudavel.
Aqui vai um pouco do que tenho feito por aqui:
Cheguei no dia 13, por volta das 11:00pm. O Tim Schmidt, da International House, estava me esperando no aeroporto, que eh tao pequeno e aconchegante. Esperar 12 horas em Atlanta pelo meu voo para Appleton me fez passar a detestar aeroportos grandes -- andar tanto para encontrar os portoes de embarque eh simplesmente uma tarefa dolorosa e cruel!
No terceiro (e ultimo) andar do Ormsby Hall encontrei o meu quarto, que fica ao final do que parece ser um corredor privativo -- pois lah so ha o meu quarto e o da Lindsey, logo ao lado. A minha roommate ainda nao chegou, porque eh uma junior student, mas temos nos comunicado online. Dia 20, a tarde, ela estara aqui. Nem digo que vou aproveitando o quarto soh para mim porque, em verdade, quase nunca estou lah -- pelo menos nao na Welcome Week, que eh cheia de atividades para os alunos recem-chegados. E, na verdade, passei por duas semanas de adaptacao: A primeira para alunos internacionais, e a segunda com o resto dos alunos novos.
E tudo, devo dizer, me lembra incrivelmente os Jovens Embaixadores. Logo no segundo dia fomos para o shopping fazer as famosas compras de roupas de inverno, e (Airton, escuta essa...) estive na Target! Comprei um casaco branco, bem legal. E ajudei a Mya, minha amiga do Myanmar, a escolher sapatos.
Por falar em amigos, jah fiz alguns. Normalmente estou mais com os alunos internacionais, mas essa manha -- por exemplo -- a Joy, que eh de Chicago, esteve comigo a maior parte do tempo. Nos conhecemos ontem no jantar para alunos transferidos; e nos encontramos no caminho para a cerimonia de boas-vindas da Lawrence. Ha tambem um rapaz de New York que acabei de conhecer na saida do Recreation Center, e que passou uns bons minutos me enchendo a paciencia sobre Pele nao ser o melhor jogador do mundo -- tudo porque eu estava usando uma camisa com uma impressao da bandeira do Brasil; mas ateh que ele era bem bacana, estava soh brincando. "Vejo voce no jantar", disse ele quando avisei que iria para o meu dormitorio (Ormsby Hall) -- mas a verdade eh que nem lembro o nome dele, e isso sera bastante constrangedor caso diga "Hey, Rebecca!!!", e eu fique com cara de "Hey.... voce".
As pessoas, no geral, sao bastante receptivas e dispostas a conversar. Elas querem ouvir a sua historia, por que escolheu a Lawrence, e o que pretende fazer no futuro. Nos corredores todos se cumprimentam como se fizessem parte de uma grande familia -- e, na verdade, a comunidade da Lawrence eh assim encarada. As pessoas que encontro no banheiro, escovando os dentes logo cedo pela manha, sao as mesmas que vejo na cafeteria; e depois em algum auditorio; e entao no corredor, de pijamas, dizendo "Boa noite".

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Peixe-Gato


A Lawrence University já avisou: Animais não são permitidos nos dormitórios, a menos que sejam peixes. "NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO....!!!!!!!".

Após o susto, a inconformação, e os copos atirados contra as paredes -- respirei fundo e tive que ouvir a sentença: Não poderia levar os meus bichanos para a faculdade. Logo eu, que cresci ao lado dos gatos, e não consigo me imaginar quatro anos vivendo longe dos kitty cats.

Quando eu tinha uns quatro anos o meu avô, que costumava ir conversar com os amigos todas as tardes, levou-me consigo para uma das reuniões. Como ficaria um pouco cansativo para mim, apresentou-me a uma senhora chamada Ivete. A Dona Ivete era extraordinariamente apaixonada por gatos, e os tinha aos montes em sua residência. Ainda lembro de como gostava de ficar rodeada pelos bichanos -- tanto, que ganhei um filhotinho de presente, pêlo curto brasileiro, chamado Mimi.

Depois do Mimi conheci muitos outros gatos de variadas personalidades. Docinhos; preguiçosos; malucos; carrancudos; inteligentes. Todos adoráveis, e grandes amigos! Porque, em verdade, não os considerava "simples animais de estimação" -- para mim eram colegas de outra espécie, principalmente porque sou filha única.

Então ultimamente tenho andado saudosa quanto aos meus peludos.
Não sei se a Lawrence irá acreditar que ele é uma nova espécie de peixe; mas, mesmo assim,tenho feito exercícios de mentalização com o Milk, do tipo "Eu sou um peixe... eu sou um peixe...".

Viajo na semana que vem...!!!

domingo, 24 de agosto de 2008

Hello..?


Internacional... de acordo com o Aurélio: "Relativo à relação entre nações". Ontem, então, totalmente fiel ao quê denotativo da experiência: Fui uma aluna internacional!

Primeiro há todos esses sites de relacionamento que não deixam as 'almas solitárias' ficarem sozinhas por mais tempo; depois, a maravilha do mensageiro instantâneo, como diria o meu amigo Airton. Sem falar no telefone, que pode ser perfeitamente
substituído por outros mecanismos digitais, ouso dizer - mas que, na verdade, continuam sendo telefones.

Graças a tudo isso esse período de transição está sendo mais tranqüilo. Ou melhor... a ansiedade está mais comedida, já que posso perfeitamente começar a conhecer os meus futuros colegas Lawrentians. Um exemplo disso é a Gis! Quero dizer... Gis'elle Jones, da Jamaica.

Você já ouviu falar em amizade à primeira vista? Pois foi o que aconteceu. Não somos exatamente iguais mas, no fundo, até que somos parecidas - somos duas garotas saindo dos nossos países, e rumando para uma faculdade no meio (na verdade mais para o norte) de Wisconsin, EUA. E esquecendo um pouco o fato de que somos alunas internacionais, há a forte semelhança entre o Brasil e a Jamaica - pelo menos no que se trata do calor, da alegria, e força de vontade (sem estereótipos, claro); então, por já considerar o país dela como uma espécie de primo do meu, a identificação foi imediata.


Hoje aconteceu, para a minha alegria, algo bastante inusitado: Recebi uma ligação direto de uma ilha caribenha! A Gis telefonou-me da já para mim querida Jamaica, e num sotaque até familiar (por alguma razão) ouvi a que - tenho uma forte sensação - será uma grande amiga dos dias na Lawrence University, e depois dela.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Injeções... NÃO!!!


Dia de vacinação. Não, não se trata de nenhuma campanha, apesar do Brasil estar investindo contra a rubéola. A verdade é que a Lawrence University pediu-me determinadas vacinas, e tive que partir rumo à aventura das injeções.

"Você tem problemas com injeções?" - perguntou-me um amigo, e a única coisa que pude dizer foi "Não lembro!". Mas a verdade é que mesmo não sendo exatamente covarde, não me agradava nem um pouco a idéia de ter que tomar uma série de furos num dia só.

Levantei-me cedo, e ainda lembrava dos votos de "boa sorte!" dos amigos da Jamaica e Estados Unidos. A leve indisposição não estava ajudando muito, acho que era a garganta, mas me senti um pouco febril, ligeiramente fraca... (será que era o vírus do 'primeiro dia de aula' atacando fora de época?!).

Ambulatório lotado. Quando chegou a minha vez deparei-me com um grupo de estudantes de Medicina. "Rubéola, né?" - perguntou uma enfermeira à outra. Arregalei os olhos e gritei mentalmente "NÃO!!!". Alguém socorreu-me: "Não... febre amarela...". Lembrei-me imediatamente desses casos em que o paciente entra para fazer uma cirurgia de apendicite e acorda após uma troca de sexo. Espantei os pensamentos para longe, dando uma última espiada na minha mãe, parada junto à porta. Ela sorriu diante do meu desespero.

Vi a temida agulha! "Você deve pensar numa música, comece a cantar... Isso terá terminado antes que você acabe a primeira estrofe..." - e lá estava a enfermeira, tratando uma moça de vinte anos como se estivesse diante de uma menina de oito
. Um pirralhinho distraiu-me; gabando-se, ele adentrou a sala com um pedaço de algodão no braço: "Não doeu nada. Quero outra!". Fuzilei-o com os olhos "De onde você saiu?!", pensei - e antes que pudesse fazer qualquer coisa, o queimor no braço direito trouxe-me de volta à realidade. Um médico estava sorrindo ao meu lado ainda por conta do corajoso menino. "Humilhou-me...", suspirei.

"Doeu?", perguntou a minha mãe. "Não...". Saimos da sala, e já no corredor de saída do ambulatório revelei a verdade "Doeu sim!!!", e fiz uma careta.

- Mas você disse que não havia doído... - surpreendeu-se a minha risonha mãe.

- E você acha que eu iria dizer o contrário?!

Rumamos para outro ambulatório. Outras injeções! A médica carimbava o meu cartão enquanto perguntava o que eu iria fazer nos Estados Unidos. "Corajosa!", disse em determinado momento. Pensei na dor que me aguardava, essas deveriam ser péssimas. "P-por quê?" - gaguejei.

- Ah... ir assim para outro país, né...? - disse a sonhadora médica.

- AH! Sim, sim... - sorri debilmente.

Mais injeções, mais caretas, e chumaços de algodão. "Você pode ter algum efeito colateral. Como febre ou dor. Poderá se medicar normalmente", explicaram-me. Saí com a sensação de que os bebês sofrem um bocado!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Planejando Viagens


Obviamente há a viagem principal com a qual ainda preciso me preocupar -- que é, claro, a ida para Appleton - WI. Ainda não faço idéia de qual será o dia da minha chegada, apenas trago em mente o fato de que preciso estar na Lawrence University no dia 13 ou 14 de setembro [datas de chegada dos alunos internacionais].

Estive pensando, todavia, em aventuras extras. Preciso planejar as minhas idas a Madison, e também a Washington D.C. . Estarei nesses lugares tanto quanto sei que estarei em Appleton. Há pessoas especiais as quais preciso visitar, também, em Charlotte - N.C. .

Após uma breve pesquisa, com a ajuda de experiente brasileiro -- outro Lawrentian -- descobri que viajar de ônibus tem muitas vantagens. É mais barato, sim (e isso, após adentrar o mundo capitalista, tornou-se incrivelmente importante para mim); e também há a alegria de poder conhecer outras cidades americanas, algumas menores e outras mais conhecidas: Como Cleveland - OH (e eu tenho certeza de que tudo lá me lembrará os Jovens Embaixadores).

Ainda não tenho certeza se estarei viajando de ônibus, em breve -- mas a verdade é que me encantou bastante a expectativa de observar o interior dos EUA, minha futura casa pelos próximos (pelo menos) quatro anos. Há muito o que ver, e absorver cada aspecto cultural.

É engraçado ser uma aluna internacional. Sinto-me como uma personagem desses livros mitológicos que costumo ler, e que tanto me impressionam. É quase como ganhar a passagem de ida para um mundo novo, para uma realidade diferente da minha -- com pessoas nascidas em povos diferentes, e dotadas de corações que batem por causas diversas (mas que, afinal de contas, são apenas corações -- iguais aos de todos).
Agora falta bem pouco...

domingo, 27 de julho de 2008

Lawrence University... Aí vou eu!


O meu nome é Rebecca Carvalho, sou brasileira, e tenho vinte anos. Há muitas Rebeccas espalhadas pelo Brasil... pelo mundo, aliás! Certa vez conheci outra Rebecca Carvalho, com as mesmas características físicas que eu, por sinal.

Talvez eu não seja única. Não há muita importância nisso. Contanto que eu seja a Rebecca, cheia de homônimos, 100% ela -- e fiel a tudo o que acredita, estarei satisfeita comigo mesma. Como num desses concursos públicos em que você é jogado numa sala onde todos têm o mesmo nome que você: Parece surreal, "a revolta dos clones"... mas desde que saiba responder as questões do teste, estará tudo bem.

Rebecca, nome em hebraico, que quer dizer "Aquela que une". Unir, ligar... a que estaria eu destinada? Em maio de 2008 recebi a excelente notícia de que havia sido aceita pela Lawrence University; instituição americana, localizada em Wisconsin, na pequena e gentil Appleton. Com uma bela bolsa de estudos eu estava pronta para criar laços de amizade entre os dois países: Brasil e Estados Unidos.

Desejo que esse blog sirva de fonte de inspiração para muitos outros brasileiros que desejam tornar-se alunos em terras estrangeiras, e prova concreta de que todos os sonhos são possíveis se tornar realidade.

Eu... Aluna Internacional! Este é o diário de bordo de Rebecca Carvalho, uma estudante em terras de além-mar.